Na parte 1 do texto sobre os ataques à última linha do adversário, ataques à última linha do adversário (parte 2), abordamos sobre as intenções de quem realizava o desmarque e os fatores que pudessem contribuir para o aumento das chances de sucesso da equipe atacante.
Na parte 2, então, falaremos sobre as intenções dos jogadores que possuem a bola. Na maioria das vezes, o Manchester City possui jogadores com perna invertida nas pontas, o que possibilita que esses jogadores possam manipular a bola para mexer com a posição corporal dos adversários e, consequentemente, com o tempo e espaço de quem vai receber essa bola em profundidade.
Na imagem abaixo podemos observar como o Mahrez, após controlar a bola com a perna direita, traz a bola para dentro, justamente para abrir corredor de passe e mexer com a orientação corporal do adversário (seja fixando-o ou até mesmo atraindo na direção da bola).

Neste outro exemplo é ainda mais claro, como ele, ao trazer a bola para dentro, induz o adversário a se movimentar achando que a bola vai no pé do companheiro de quem tem a bola, mas a bola acaba indo no contramovimento (que é o espaço às costas.

Isso acontece muitas vezes durante os jogos e pode parecer que os domínios realizados com a perna de dentro (como acontece na imagem abaixo), são desvantajosos por desacelerar os jogadores que recebem a bola. Na verdade, quando há a possibilidade de ataque à última linha, os jogadores da amplitude dominam a bola com essa região do pé justamente para induzir o comportamento adversário e conseguir gerar mais vantagem para quem vai se desmarcar nas costas.

Finalizando esse texto em complemento com a parte 1, é fácil identificar como os movimentos são pensados nos mínimos detalhes para a aquisição de vantagem. Não é por acaso que elas aparecem com tanta frequência na equipe do Manchester City.
Todos os vídeos referentes às imagens trazidas aqui, estão nos destaques do Instagram do @entendendoojogo